Além do Projeto Algodão, mais de 100 parcerias do projeto +Algodão dos 7 países que fazem parte da Cooperação Sul-Sul trilateral irão trocar experiências através do aplicativo Lazos

Com o objetivo unir o setor algodoeiro latino-americano e conectar experiências, promovendo um espaço de intercâmbio, crescimento e desenvolvimento conjunto do setor, o aplicativo Lazos, vem formar uma grande rede em torno do algodão agroecológico. Para isso, o Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos, coordenado pela Diaconia e em trabalho conjunto com outras ONGs parceiras, setor acadêmico, da indústria, organizações de base da agricultura familiar e outras, é um dos participantes a integrar a plataforma digital.

Essa iniciativa é executada em conjunto pelo projeto regional +Algodão e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) do Brasil, no âmbito da cooperação Sul-Sul trilateral entre o Governo do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e sete países parceiros. Desde 2013, o projeto +Algodão busca impulsionar o desenvolvimento sustentável da cadeia algodoeira na América Latina.

De acordo com a gestora de comunicação para o desenvolvimento do projeto +Algodão no âmbito do aplicativo Lazos, Fernanda Scherer, a meta inicial é contar com a participação das instituições algodoeiras, e depois ampliar para alcançar agricultores e agricultoras. Dessa forma, o espaço virtual formará uma espécie de repositório digital de difusão e armazenamento de ações em prol do setor. A ideia é que essas informações sejam acessíveis às redes vinculadas ao projeto +Algodão (ABC, FAO e países parceiros).

“A nossa missão é colocar em comunicação o setor algodoeiro, desde agricultores, agricultoras, mercados, instituições, universidades, todos que tem vínculo com o algodão. A ideia é que Diaconia se aproxime de Lazos para conseguir intercambiar a informação, trazer também essa rede de agricultores e agricultoras para que ali, dentro do aplicativo, possam se unir a outros pilotos de produção agroecológica para que todos possam crescer e se desenvolver juntos”, explica.

Para a coordenadora regional do Projeto +Algodão, Adriana Gregolin, trabalhar o tema sobre inovações tecnológicas e sociais, a partir do desenvolvimento da ferramenta digital Lazos, é uma oportunidade para multiplicar conhecimentos sobre o relevante trabalho de diferentes instituições parceiras, a exemplo da Diaconia.

“Quando falamos de inovação social, estamos relacionando toda essa soma de esforços realizados por diferentes instituições, a exemplo da Diaconia, que faz um trabalho já de longa data no Nordeste brasileiro. Vem trabalhando com o tema da certificação participativa, com o tema de sistemas diversificados de produção, com capacitação e organização social das famílias agricultoras, com agregação de valor, compra garantida desse produto diferenciado que é produzido pela agricultura familiar e é um trabalho que vai além do algodão. E isso nos interessa particularmente como Projeto +Algodão, como cooperação, como uma experiência a ser levada e multiplicada pelos nossos países sócios”, explica.

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Gestão do conhecimento – Ao longo de uma caminhada de quatro anos, o Projeto Algodão elaborou uma série de sistematizações que foram produzidas a partir da experiência compartilhada com agricultores e agricultoras dos sete Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica (OPACs) apoiados no Semiárido nordestino, assim como técnicos e técnicas das Organizações da Sociedade Civil (ONGs).

Tal sistematização traz contribuições efetivas para ampliação do conhecimento técnico e reflexões sobre as dinâmicas que envolvem o cultivo do algodão consorciado com outras culturas alimentares no Nordeste do Brasil. Sendo assim, além da publicação de notícias e informações sobre as ações do projeto nos sete territórios do Semiárido nordestino, o aplicativo Lazos também poderá contar com a divulgação de parte desse material que está disponível nos canais institucionais como o site e Youtube do projeto, a exemplo do vídeo do protocolo de regras e boas práticas do algodão consorciado.

Segundo Ricardo Blackburn, assessor técnico do Projeto Algodão/Diaconia, a divulgação desse material em Lazos poderá servir de base para outras iniciativas que trabalham ou que desejem conhecer o modelo do cultivo do algodão em consórcios agroecológicos, assim como o movimento em prol do fortalecimento de acesso a mercados aos produtos agrícolas com Selo Brasileiro Orgânico, onde as Unidades Familiares Produtivas são controladas pelos Sistemas Participativos de Garantia (SPGs) dos OPACs à luz da legislação brasileira dos orgânicos.

“Temos feito um esforço de sistematização de conhecimento no Projeto Algodão. Ao todo, entre vídeos, estudos, documentos, artigos, cartilhas, nós temos 41 sistematizações. Acreditamos que é uma oportunidade de disponibilizarmos e tornarmos acessível esse conhecimento para famílias agricultoras que trabalham com o algodão em bases agroecológicas, com certificação participativa ou não, em países que estão com iniciativas parecidas com a nossa no Nordeste do Brasil”, explica.

Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos – É uma iniciativa coordenada por Diaconia, em parceria estratégica com a Universidade Federal de Sergipe (UFS, Campus Sertão – Nossa Senhora da Glória/SE). O Projeto conta com o apoio financeiro da Laudes Foundation, da Inter-American Foundation (IAF) e do FIDA/AKSAAM/UFV/IPPDS/FUNARBE. O Projeto ainda é parceiro do SENAI Têxtil e Confecção da Paraíba, e com o Projeto + Algodão – FAO/MRE-ABC/Governo do Paraguai/IBA. Para a execução do Projeto nos territórios, a Diaconia estabeleceu parcerias com ONGs locais com experiência em Agroecologia que são responsáveis pelo assessoramento técnico para fortalecer os Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânico (OPACs) e a produção agroecológica. No Sertão do Piauí, a Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato desenvolve as atividades na Serra da Capivara. No Sertão do Cariri, na Paraíba, o trabalho está sendo realizado pela Arribaçã, tendo ainda a parceria com o CEOP – Território do Curimataú/Seridó da Paraíba. No Sertão do Araripe, em Pernambuco, as ONGS CAATINGA e CHAPADA assumiram conjuntamente as ações do Projeto. As atividades no Alto Sertão de Alagoas e no Alto Sertão de Sergipe estão a cargo do Instituto Palmas e do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC), respectivamente. No Sertão do Pajeú (PE) e no Oeste Potiguar (RN), territórios onde a Diaconia já mantém escritórios e atividades, ela mesma se encarrega da implementação das ações locais do Projeto e parceria com CPT – RN.